sexta-feira, 1 de abril de 2011

Aristóteles Temia a Democracia, e Nós? (parte 1)

Para compreendermos, refletirmos e possibilitarmos direcionar e encaminhar soluções conseqüentes diante da atual crise no quadro docente/dicente e funcional da Universidade Estadual  Vale do Acaraú- UEVA / UVA, faz-se necessário recorrermos à sua genealogia, política-social e econômica. É o que podemos definir como Teodorismo. Temos em resumo.
Ela inicia-se em  11/01/1961 sob Decreto Nº 49.978 como Faculdade de Filosofia até a criação da Fundação Municipal Universidade Vale do Acaraú, com os cursos de Letra, História e Estudos Sociais.
Passando em 23/10/1968 (Anos de Chumbo) através da Lei 214, da Câmara Municipal de Sobral sancionada pelo prefeito Jerônimo de Medeiros Prado, a fundação Universidade Vale do Acaraú-UVA. Criando-se então as Faculdades de Ciências  Contábeis, Engenharia de Operações (hoje Tecnologia de Edificações), Enfermagem e Obstetrícia, e Educação.
Passaram-se então 16 anos sob o reitorado do cônego Francisco Sadoc de Araújo (o Príncipe Clerical), até que...
...Em 10/10/1984 pela Lei Nº 10.033, sob a forma de autarquia, cria-se a Universidade Estadual  Vale do Acaraú-UVA. Dotada de personalidade jurídica de direito Público e Autonomia Administrativa, Financeira, Patrimonial, Didática e Disciplinar. Via Secretária de Educação do Estado.
No governo Tasso Jereissati, “os industriais contra os tradicionais coronéis”, em abril de 1990, Decreto Nº 20.586 temos o inicio do segundo reitorado imposto antidemocraticamente por nomeação, e pro-tempore para gerir a Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, até hoje, indiretamente, o professor intelectual e funcionário público de carreira e de confiança da burguesia local e do Estado, Magnânimo Sr. Reitor José Teodoro Soares. Atualmente eleito (?) parlamentar da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará.
Por que podemos e devemos considerá-lo vitaliciamente Reitor indireto, mesmo esta função  cabendo atualmente a pessoa do professor (e empresário) Antônio Colaço Martins? Também funcionário biônico do Estado. Vejamos:
-1º Eminentemente as Universidades ditas públicas (e obviamente as privadas) são Instituições burguesas, reprodutoras ou não da lógica capitalista...
-2º Constituem-se como engrenagens de uma grande rede de interesses sociopolítico, econômico e cultural desta classe...
-3º E como tal, na Reitoria o Teodorismo agilizando o processo de reconhecimento da UEVA-UVA, através do parecer Nº 318 do Conselho de Educação do Ceará vê homologado pelo Governador Ciro Ferreira Gomes e sancionado pela portaria Ministerial Nº 821 de 31/05/1994, publicada no diário oficial da união- DOU em 01/06/1994.
Observe que as peças desse mosaico neoliberal começam a se encaixar fortemente, em 1990, na importância sob todos os aspectos que a cidade de Sobral representa para o Estado, o Nordeste e o país.
Afinal, de lá até hoje, a oligarquia Ferreira Gomes vem gerenciando fielmente e exemplarmente a política neoliberal do Governo Federal.
-4º De Universidade à Fundação Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, vinculada assim à Secretaria da Ciência e Tecnologia- SECITECE, em 01/03/1993 sob a Lei Nº 12.077-A; um ano antes do reconhecimento.
Aqui é o pulo do gato para o Teodorismo e para a oligarquia Ferreira Gomes... Por meio de duas palavras mágicas: direito privado!
-5º Transformada em Fundação, a UEVA/UVA passa a obter personalidade jurídica de Instituição Publica de Direito Privado, com autonomia administrativa, financeira, disciplinar e didático-pedagogica.

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