segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Quero divulgar esta conversa afetuosa com vice presidente do DCE - UEVA‏

Palavras do Vice - Presidente do DCE - UEVA, Maurício a uma das estudantes ao qual ele se elegeu para representar, apos ser questionado sobre como fazer uma carteirinha no DCE - UEVA:

Juliana,
Até minha VÓ de 79 anos sabe que você tem no bolso direito de sua bonita calça jeans uma carteirinha da falída UNE que vai se vencer apenas no róximo ano.
Seja mais inteligente, tem que saber tumultuar com classe e sabedoria.


Resposta da estudante:
Juliana Marques ESTUDANTE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ 

Ei macho baixe um pouquinho seu orgulho, sua vó se equivocou, pois eu infelizmente não tenho carteirinha da gloriosa UNE, inclusive estou aflita para garantir meu direito no Rock Rio que está chegando! Mas senhor dono da verdade da atual gestão, gostaria de informá-lo que sou estudante desta IES, e não estou disposta a acregreções que não tem o menor sentido. Se ainda não há carteirinhas disponíveis no DCE da universidade que estudo quero saber, só cara.

Maurício, cai na real meu irmão eu não vivo em uma luta armada, se vc vive, tira vira e vai procurar tua turma!



Mesmo diante de divergências políticas e ideológicas, é necessário respeito para com o estudante que deve ser representado de forma geral, penso ser um desrespeitos deste indivíduo citado acima, vir com papo de conhecer a tudo e todos, acordo boy-zinho!
As pessoas são diferentes e tem vidas que não há como rotular, e enquanto tivermos indivíduos que assumam um posto superior, não se consegui avançar, que porcaria de ideologia é está? Que não busca o convencimento e o diálogo, que defesa estudantil é esta, autocrática de poucos?


Repudiada a ação de nosso representantes do DCE - UEVA

 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Facebook vai expulsar 700 mil imigrantes do Orkut


facebook Facebook vai expulsar 700 mil imigrantes do Orkut
O Facebook vai expulsar cerca de 700 mil usuários que vieram do Orkut. O motivo é que estes internautas imigrantes estão postando fotos bizarras no álbum, algumas até assustadoras, e se comportando de maneira inadequada. Para manter uma imagem de rede social civilizada, os executivos do Facebook pretendem devolver estas 700 mil pessoas para o Orkut, ou empurrar para o Google+.
Entretanto, o Google+ já se pronunciou dizendo que não receberá os usuários expulsos do Facebook. “Nossa rede social trabalha para ser ainda mais civilizada que o Facebook. Não adianta empurrar estas pessoas porque não vamos recebê-las”, disse o diretor do Google.

Dormino com o Inimigo


O título desse texto faz referência a um filme no qual uma mulher é agredida pelo próprio marido, pessoa em quem confia e acredita construir uma vida junto. A comparação nos serve para ilustrar o que ocorreu recentemente no 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes. Vitorioso pela mobilização de mais de 1 milhão de estudantes e pela densa programação política, o congresso foi também palco de uma manifestação de preconceito contra as mulheres dignos dos tempos mais bárbaros.
Militantes políticos (podemos chamá-los assim?), jovens (mas tão antiquados quanto seus avós), ao se deparar com a disputa política durante um grupo de debates acerca do Código Florestal não responderam com intervenções políticas ou argumentos, mas com ofensas às mulheres que presidiam a mesa e encontravam-se no Plenário. Lamentável.
Lamentável ainda assistirmos esse tipo de violência em pleno século XXI. Lamentável isso acontecer no Congresso da UNE. Lamentável que parcelas da juventude que se dizem de esquerda, que dizem buscar uma nova sociedade, alimentem práticas como essas.
Mal sabíamos nós, que os que dividiram conosco alojamentos, filas de alimentação, plenárias e festas, eram, na verdade, os agressores.
Se os gritos de ofensas que ouvimos no 52º Congresso da UNE foram mais uma tentativa de silenciar mulheres de luta, não deu certo. As mulheres presentes naquele grupo de debate eram amazonenses.
Segundo a mitologia grega, as Amazonas eram integrantes de uma nação de mulheres guerreiras, associadas com diversos povos históricos ao longo da Antiguidade. A partir do período moderno, seu nome passou a ser associado com quaisquer mulheres guerreiras, e hoje o termo é utilizado para se referir a mulheres que montam a cavalo, participando de provas de equitação em destreza ou salto.
O explorador espanhol Francisco de Orellana, desbravando a floresta tropical sul-americana, em 1541, afirmou haver lutado com mulheres guerreiras que, das margens do rio, disparavam-lhes flechas e dardos de zarabatanas, tanto que a região ganhou esse nome – Amazonas.
Verdade ou não, o mito se faz realidade! Toda vez que, inspiradas pela bravura das Amazonas ou forjadas pela necessidade de lutar, mulheres de Norte a Sul do Brasil, da Grécia ou do Egito, declaram suas indignações, senão com flechas e cavalos, mas com discursos e mobilização. Seja para garantir autonomia e soberania de seu povo, seja para que os direitos conquistados não retrocedam seja para deixar bem claro que sexo frágil, é, no mínimo, uma expressão equivocada.
E assim foi. Na plenária final do congresso, essas mulheres organizaram outras tantas companheiras, cartazes, faixas, palavras de ordem. Não houve um estudante sequer que não tenha ouvido o grito dessas guerreiras.
Sabemos, infelizmente, que centenas de mulheres, que enfrentam diversas dificuldades para se fazer presente no espaço machista e excludente da política, são vítimas dessa violência todos os dias. Seja em reuniões, na militância cotidiana, ou nos espaços públicos.
Aos que saborearam pequenas vitórias ao excluir e por em dúvida a capacidade feminina, respondemos com amargor na saliva: sentimo-nos envergonhadas ao testemunhar tais práticas.
Assim como fizemos em Goiânia, não admitiremos qualquer violência, não nos sujeitaremos à imposição do medo da agressão, da voz que fala mais alto. Não pouparemos esforços para construir ao lado (não à frente, não atrás) dos companheiros, uma sociedade economica, social e culturalmente justa para todos e todas!
Que o 52º Congresso da UNE fique marcado pela presença forte e coerente das mulheres, que não se furtam da luta e constroem, com discurso e prática, uma nova sociedade.
*Beatriz Calheiro é estudante de História da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e presidente da União estadual dos Estudantes do Amazonas (UEE-AM).
**Eleonora Rigotti é estudante de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP) e integrante do Centro e Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA) da UNE.
por Beatriz Calheiro* e Eleonora Rigotti**

A vida desmente os “Princípios Editoriais” da Globo

 

No momento em que o programa Fantástico divulgava os “Princípios Editoriais das Organizações Globo”, que consistem num conjunto de regras para a prática do jornalismo nas redações sob o comando da família Marinho (entre elas noticiários de TV, o jornal O Globo e a revista Época), o jornalista Rodrigo Vianna fazia uma denúncia extremamente grave que compromete a qualidade e a ética do jornalismo praticado na TV Globo.


Rodrigo recebera informação de fonte fidedigna de que a orientação a ser adotada para com o novo ministro da Defesa, Celso Amorim, era a de dar apenas notícias negativas e só divulgar a tese de que sua escolha gera “turbulência” entre os militares.

A denúncia coloca sob suspeita as declarações de “boa intenção” dos “Princípios Editoriais” e confirma as práticas manipuladoras das Organizações Globo, uma rede nacional de televisão que nasceu em 1965 sob as bênçãos da ditadura militar de 1964.

O item “manipulação jornalística” na folha corrida da Globo é extenso e vale lembrar alguns deles. Em 1982, ela foi pivô de uma tentativa de fraude para impedir a vitória de Leonel Brizola para o governo do Rio de Janeiro, tendo sido parte fundamental no rumoroso “caso Proconsult”, que envolvia a manipulação da contagem dos votos naquela eleição.

Em 1984, o vexame foi tentar esconder a campanha pelas “Diretas Já” com o esforço patético de noticiar o comício que ocorreu na Praça da Sé, em São Paulo, no dia 25 de janeiro daquele ano (que reuniu mais de 300 mil pessoas), como comemoração do aniversário da cidade! "A cidade de São Paulo festeja os 430 anos de fundação", proclamou o Jornal Nacional...

No final da década de 1980, a manipulação ajudou a derrotar Lula e eleger Fernando Collor de Mello para a presidência da República. O truque consistiu em editar de forma favorável ao candidato da direita o debate ocorrido na emissora em 14 de dezembro de 1989. Era o “antiLula” em andamento, que permaneceu nos anos seguintes pautando o noticiário da emissora, chegando a nossos dias.

E que se manifestou, mais tarde, na tentativa de emporcalhar a campanha de Lula, em 2006, num conluio entre jornalistas da Globo e policiais em busca de notoriedade no episódio dos “aloprados”. A farsa, que envolvia a foto manipulada de pacotes de dinheiro, para aumentar sua dimensão visual, foi prontamente denunciada e desmontada por jornalistas que não se coadunam com a manipulação do noticiário.

Na eleição de 2010, a tomada de partido claramente a favor do tucano José Serra ficou nítida na entrevista feita com Dilma Rousseff no Jornal Nacional, no início da campanha eleitoral, durante a qual William Bonner chegou a perder a compostura ante uma candidata que não se curvava às pressões e alegações do “sábio” da telinha.

São apenas alguns episódios de uma extensa lista de manipulações e desrespeito ao direito público à informação cometidos por esse padrão de jornalismo de baixa qualidade exposto claramente, no final de 2005, quando um grupo de professores de comunicação visitou a redação do Jornal Nacional e assistiu, estarrecido, à maneira como as notícias são escolhidas para publicação. O critério usado por William Bonner, editor-chefe do Jornal Nacional, era escolher as notícias que ele considerava ao alcance do entendimento de “Homer”, o apelido desrespeitoso dado ao espectador médio da Globo. Homer é o imbecilizado, preguiçoso e pouco inteligente pai da família Simpsons, um desenho animado norte-americano. E sua escolha como parâmetro indica a avaliação preconceituosa e depreciativa que a direção do jornalismo da Globo faz de seus espectadores.

O desrespeito à verdade e o uso de versões favoráveis aos interesses não confessados dos próprios veículos transparece ainda em “reportagens”, como a publicação requentada de denúncias falsas contra a Agência Nacional do Petróleo (ANP) pela revista Época, há duas semanas. Motivo da republicação mentirosa, ofensiva e desrespeitosa: foi uma retaliação (revanche?) da revista por não ter sido incluída pela ANP na campanha publicitária que comemorou os altos índices de não adulteração dos combustíveis alcançados pela fiscalização da agência, e que beneficia os consumidores.

Este passado (e presente) jornalístico desmente os “Princípios Editoriais” anunciados pela Globo, cuja leitura atenta não autoriza a conclusão de que as coisas possam mudar. Esta declaração de boas intenções proclama a necessidade de “isenção, correção e agilidade” como base do bom jornalismo, mas ela é desmentida em alguns pontos vitais. Por exemplo, repetindo o guru máximo desse tipo de jornalismo, o decadente e fragilizado Rupert Murdoch, assegura que “pessoas públicas – celebridades, artistas, políticos, autoridades religiosas, servidores públicos em cargos de direção, atletas e líderes empresariais, entre outros – por definição, abdicam em larga medida de seu direito à privacidade”, uma pretensão que só encontra amparo na dos donos da mídia, e não na legislação. Além disso, defende o “uso de microcâmeras e gravadores escondidos” como legítimo, desde que seja “o único método capaz de registrar condutas ilícitas, criminosas ou contrárias ao interesse público”.

É sempre bom lembrar, neste particular, que nem os tribunais acatam “provas” obtidas de forma ilegal como escutas clandestinas e métodos semelhantes. Outro ponto: a Globo se declara apartidária, independente e laica, e defensora intransigente da democracia, da livre iniciativa e da liberdade de expressão. E embute, neste ponto, a rejeição de qualquer regulamentação da mídia ao dizer ser imperioso defender o “modelo de jornalismo de que trata este documento” contra “qualquer tentativa de controle estatal ou paraestatal”.

É uma declaração que pode indicar o motivo que levou a Globo a adotar seus “Princípios Editoriais”. Num mundo em que crescem as exigências democráticas de regulamentação da mídia, em que mesmo Rupert Murdoch, o magnata que levou sua escandalização ao paroxismo, está fragilizado e assiste à ruína de seu poder, há um sabor de autodefesa no movimento feito pela Globo. Que conflita com a exigência de democratização dos meios de comunicação: a regulamentação da mídia não é uma tarefa que cabe aos próprios veículos ou a seus proprietários. Ela é uma tarefa que cabe à sociedade e implica o reconhecimento por jornalistas e os donos da mídia de que também devem submeter-se às leis, da mesma maneira que todos os demais cidadãos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

5 de Agosto de 2011 - 10h29

Aprovado 50% do Fundo Social do Pré-sal para Educação


A Comissão de Infraestrutura do Senado Federal aprovou nesta quinta-feira (04/08), o projeto de lei 138/2011, de autoria do Senador Inácio Arruda, que destina 50% dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal, para educação. O tema será debatido agora em audiência pública conjunta nas comissões onde o projeto ainda tramitará: Assuntos Econômicos e Educação. A data do debate ainda não está marcada.


Segundo Inácio, a proposta “guarda coerência com o programa de governo da Presidenta Dilma Rousseff, bem como, com o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011 – 2020, que tramita no Legislativo, e que prevê entre outras metas: universalizar o atendimento escolar das crianças de quatro e cinco anos; universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda população de seis a 14 anos; e oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica”.

O projeto de lei, ainda segundo o senador, também coincide com a proposta do governo de ampliar o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. “Uma forma concreta de atingir um novo patamar no financiamento da educação é garantir que pelo menos 50% do fundo social, formado a partir dos recursos da exploração petrolífera do pré-sal, seja somado às formas já existentes para garantir fonte permanente e sustentável para custear todas as etapas e modalidades da educação pública”, explicou.

O que diz a relatora

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), relatora do PL na Comissão de Infraestrutura, apresentou parecer favorável ao projeto, destacando que concorda com a justificativa do senador Inácio Arruda de que a “o restabelecimento de um percentual para a educação de 50% dos recursos do Fundo Social para financiamento de programas e projetos sociais, é um ato de comprometimento com a elevação quantitativa e qualitativa da educação no Brasil”.

Para a senadora Vanessa, o reinício deste debate deve ser feito com muita tranqüilidade e responsabilidade. “Se a gente fala na construção de um novo país, a educação tem que ser o carro-chefe”, destacou. Segundo a senadora, todos os parlamentares sabem da importância do Fundo Social do Pré-Sal, e sua destinação para educação, uma vez que a matéria já havia sido aprovada pelas duas casas e vetada pelo então presidente Lula

Em seu relatório, Vanessa afirmou que a educação é prioridade no Brasil, e continuará sendo por muitos anos. “A rigor, mesmo países com alto grau de desenvolvimento, direcionam parcelas significativas de seu orçamento para a educação. Se direcionar vultosos recursos para educação é uma necessidade para países desenvolvidos, é ainda maior para o Brasil, cujas falhas no sistema educacional são tão evidentes, que dispensam maiores comentários”, argumentou.

“A aprovação do PL é um gesto de compromisso do Parlamento para melhorar a educação pública no Brasil. Com a destinação de 50% do Fundo Social do Pré-sal para Educação, serão garantidos recursos para elevar a qualidade e aumentar a oferta de todas as modalidades da educação pública, de forma permanente, a partir dos recursos da exploração petrolífera, somando às formas já existentes”, reafirmou Inácio.

A União Nacional dos Estudantes acompanhou a votação, representada pelo seu diretor de Relações Institucionais, André Vitral, e pelo diretor de desporto universitário, Patrick Lima. Eles destacaram a importância do reinicio da discussão e apoio do senador Inácio Arruda em defesa das garantias de financiamento permanente para a educação.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ateus fazem campanha para mostrar que são vítimas de preconceito

Originalmente, a associação pretendia usar as peças em ônibus, mas as empresas não aceitaram - Foto: Divulgação 

“Somos a encarnação do mal para grande parte da sociedade”, diz presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA)

A campanha era para ser veiculada na parte traseira dos ônibus, mas empresas de São Paulo, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre se recusaram a fazê-lo. A saída foi utilizar outdoors. Pelo menos em Porto Alegre, que desde o começo do mês é a primeira cidade brasileira a exibir uma campanha que defende que ateus são vítimas de preconceito.

Afinal, o que há de tão problemático com os anúncios? De acordo com Daniel Sottomaior, presidente da organização responsável pela campanha, o que incomoda é o conteúdo. 
Ele diz que as mensagens foram feitas com o objetivo de conscientizar a população de que o ateísmo pode conviver com outras religiões e não deve ser encarado como uma deficiência moral. “Todos os grupos que sofrem algum tipo de preconceito procuram fazer campanhas educativas para tentar minimizar o problema. Foi o que fizemos”, afirma.
Diante das mensagens veiculadas nos outdoors, as reações foram variadas. “Foram interpretadas como provocação por alguns grupos religiosos. Além disso, muitos acharam de mau gosto ou preconceituoso. Acho que isso foi coisa de quem não entendeu ou não quis entender”, diz. Daniel diz que seu objetivo é mostrar que ser ateu é difícil. “As pessoas ficam chocadas quando você revela que não acredita em um deus. Muitos chegam a perder emprego e, principalmente, amigos”.
As peças da campanha são veiculadas em outdoors - Foto: Divulgação 

Punição

Para o sociólogo americano e estudioso das religiões Phil Zuckerman o ateísmo ainda é fonte de muito preconceito. Segundo ele, ateus sofrem até mesmo perseguições. “Mesmo atualmente, em algumas nações, ser ateu é passível de punição com pena de morte. Nos Estados Unidos existe um forte estigma em ser ateu, principalmente no sul, onde a religiosidade é mais forte”, conta.

No Brasil, um país laico, a intolerância pode aparecer nas situações mais improváveis. A professora da Universidade Federal de Minas Gerais Vera Lucia Menezes de Oliveira e Paiva perdeu um filho de dois anos, atropelado. Diante do sofrimento da família no velório da criança, Vera escutou uma frase que a deixou bastante magoada. “Uma amiga me disse: ‘Quem sabe isso não aconteceu para você aprender a ter fé?’. Isso apenas reforçou minha convicção de que eu não queria acreditar em nenhum deus que pudesse levar o meu filho inocente”, revela.

Apesar de tudo, Vera afirma que não se perturba com comentários acerca de sua escolha. “Acho natural que uma pessoa religiosa queira demonstrar sua fé. Entendo e convivo com pessoas bastante religiosas sem problema algum. Só não gosto quando ficam argumentando sobre o quanto é maravilhoso acreditar em Deus. Tenho direito a ter minha crença pessoal.Ou a falta dela.”

Daniel diz que atitudes como estas, vindas de amigos e familiares, fazem com que ateus não “saiam do armário”. Ele afirma que esta expressão, usada inicialmente para descrever homossexuais que ainda não se assumiram, encaixa-se perfeitamente no momento pelo qual o ateísmo vem passando. “Estamos atrasados uns 30 anos em relação à luta contra o preconceito, se compararmos com homossexuais ou negros. Sou bastante cético, mas tenho a esperança de que possamos alcançar o mesmo patamar daqui a algumas décadas”, revela.
A intenção da organização é chamar a atenção para o preconceito contra ateus - Foto: Divulgação

Exagero

Há quem veja afirmações como as dada por Daniel como exagero. O filósofo Luiz Felipe Pondé, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), considera ações como as desenvolvidas pela ATEA como marketing. “O preconceito diminuiu muito, principalmente nos meios universitários e empresariais. Acho a comparação de ateus com negros e homossexuais um exagero. Tem um pouco de marketing aí.”

Pondé admite que muitas pessoas ainda têm dificuldade em enxergar a possibilidade de uma vida sem um deus. “Muitos associam moral pública à religião. Isso também é um absurdo. Pessoas matam umas as outras acreditando ou não em Deus. O que acontece é que muitos ateus ficam alardeando coisas assim, mas acho que hoje o cenário já é bem diferente”, afirma.

Apesar de não ser tão enfático, Zuckerman admite que em alguns lugares do mundo o ateísmo não é mais visto como algo depreciativo. “Em muitas sociedades, como no Canadá e na Suíça, ser ateu não tem nada de mais. A Austrália, por exemplo, tem um primeiro-ministro ateu. Cada país tem uma dinâmica diferente.”

Uma das peças publicitárias que está sendo divulgada, por enquanto, em Porto Alegre - Foto: Divulgação

FACULDADES INTA: ALUNOS VÃO ÀS RUAS PROTESTAR CONTRA AUMENTO

A política de reajuste de matrículas pela direção do Instituto Superior de Teologia Aplicada – Faculdades INTA de Sobral – tem revoltado o corpo acadêmico da Faculdade Particular.Os alunos foram às ruas na manhã desta quinta-feira (04) com palavras de ordem solicitando um diálogo com o diretor da entidade: “A..a..a..queremos o Oscar” - "Nossa Luta é Todo Dia..Educação não é Mercadoria", gritavam os estudantes.
Segundo informações dos manifestantes, o aumento abusivo poderá inclusive ser fruto de ação na justiça, para requerer seus direitos.
Fotos: Armando Costa